Dicas

Dicas de como se preparar para um Concurso Público

Estudar

Estudar exige mais do que paciência e força de vontade. Estudar requer também muita disciplina e o domínio de algumas técnicas – às vezes, simples – para que o aprendizado seja feito com a máxima eficiência e o mínimo de tempo.

Como Ler Bem?

“Ler um livro é estabelecer um diálogo animado pelo desejo de compreender. Nossa leitura deve ser governada por um princípio fundamental de respeito à voz que nos fala no livro. Não temos o direito de desprezar um livro só porque contradiz nossas convicções, como também não devemos elogiá-lo incondicionalmente se estiver de acordo com elas”. (Prof. Armando Zubizarreta).

Qualquer leitor, portanto, tem como primeiro desafio o de estar pronto para ler: disposto a aprender e aproveitar a leitura. Mesmo em caso de tratar-se, à primeira vista, de mera tarefa e não de algo que possa lhe dar prazer. Essa preparação exige dois pré-requisitos: prestar atenção e evitar a avidez. Devorar centenas de páginas não leva a nada.

Você vai ler? Saiba então que a compreensão de um texto exige mais do que o simples correr dos olhos sobre as letras. Comece por escolher um lugar tranquilo, confortável, bem iluminado. E não se apavore em caso de não conseguir entender tudo de imediato. A compreensão depende do nível cultural do leitor, que vai se ampliando a cada nova leitura e releitura. Recomenda-se, em geral, que não se passe ao parágrafo seguinte sem ter entendido bem o anterior. Isso você pode conseguir, voltando e relendo o trecho quantas vezes forem necessárias e, se preciso, recorrendo a dicionários e enciclopédias. No entanto, não se deve interromper demais a leitura. Por isso, conforme-se em aprender o significado geral, sabendo que, com o hábito de ler, essa tarefa vai ficar cada vez mais fácil. Lembre-se sempre que um mínimo de disciplina é indispensável ao leitor que quer ou precisa aprender.

A leitura, para ser mais produtiva, pode ser dividida em fases: – Faça um reconhecimento do texto para saber de que assunto trata. Mesmo no caso de romance é bom ter uma ideia do tema central. – Procure isolar as informações principais. Para isso, é bom sublinhar ou assinalar mensagens. – Ao encontrar expressões especializadas, (de medicina, direito, etc.) procure conhecer e anotar seus significados. Assim, além de aumentar seu vocabulário, você conseguirá uma correta interpretação de sua leitura. – Procure separar os fatos, das interpretações que deles faz o autor. Retome as informações essenciais que foram isoladas anteriormente, para saber que relações existem entre elas. Assim, você estará pronto para estabelecer suas próprias ideias sobre o texto. Mas lembre-se: o trabalho intelectual exige rigor. Por isso nunca é demais voltar ao texto, reler e aperfeiçoar a leitura.

Como Tomar Notas?

A escrita é um poderoso instrumento para preservar o conhecimento. Tomar notas é a melhor técnica para guardar as informações obtidas em aula, em livros, em pesquisas de campo. Manter os apontamentos é fundamental. Logo, nada de rabiscar em folhas soltas. Mas também não se deve ir escrevendo no caderno tudo o que se ouve, lê ou vê. Tomar notas supõe rapidez e economia. Por isso, as anotações têm de ser:

  1. suficientemente claras e detalhadas, para que sejam compreendidas mesmo depois de algum tempo;
  2. suficientemente sintéticas, para não ser preciso recorrer ao registro completo, ou quase, de uma lição.

Anotar é uma técnica pessoal do estudante. Pode comportar letras, sinais que só ele entenda. Mas há pontos gerais a observar. Quando se tratar de leitura, não basta sublinhar no livro. Deve-se passar as notas para o caderno de estudos. O aluno tem de se acostumar à síntese: aprender a apagar mentalmente palavras e trechos menos importantes para anotar apenas palavras e conceitos fundamentais. Outros recursos: jamais anotar dados conhecidos a ponto de serem óbvios; eliminar artigos, conjunções, preposições e usar abreviaturas. É preciso compreender que anotações não são resumos, mas registros de dados essenciais.

Como Educar a Memória

Aprender é uma operação que não se resume a adquirir noções, mas consiste em reter o que foi lido, reproduzir e reconhecer uma série de experiências e pensamentos. Portanto, é imprescindível educar a memória. Logo após o estudo de algum ponto ou matéria, nota-se que o esquecimento também trabalha: a mente elimina noções dispensáveis. Sem disciplina, entretanto, nunca haverá um jogo útil entre memória e esquecimento, entre horas de estudo e horas de descanso.

Para facilitar o aprendizado e fixar na memória os conteúdos aprendidos, basta proceder a uma série de operações sucessivas e gradativas no tempo. Repetir é importante, mas não só: saber de cor nem sempre vai além de um papaguear mecânico. As técnicas psicológicas de memorização são complexas, mas podem ser utilizadas simplificadamente pelo estudante. Algumas indicações:

  1. ler mentalmente e compreender o assunto;
  2. reler em voz alta;
  3. concentrar a atenção em aspectos específicos: nomes, datas, ambiente etc.;
  4. notar semelhanças, diferenças, relações;
  5. repetir várias vezes em voz alta ou escrever os conhecimentos adquiridos (os pontos principais);
  6. fazer fichas com esquemas que incluam, de um lado, a sequência das noções principais e, do outro, detalhes referentes a cada uma delas;
  7. nunca esquecer de repousar, pois uma mente cansada aprende pouco e retém com dificuldade.

Como Estudar em Grupo?

Estudar em conjunto é um modo produtivo de fazer render ao máximo o esforço do aprendizado. E há muitas maneiras de os estudantes se ajudarem, mesmo que não se organizem em um grupo. Entre as mais importantes: a comparação dos apontamentos das aulas e das horas de estudo. Assim, trocam-se ideias e verificam-se os pontos fundamentais e os mais difíceis. Dois princípios a serem pensados:

  1. o estudo em conjunto deve refletir uma inteligente divisão de trabalho;
  2. as sínteses não garantem plena compreensão, mas são interessantes como resumo dos conhecimentos adquiridos.

Quando o estudo em grupo é uma preparação para provas ou exames, o aluno deverá estudar toda a matéria por si mesmo, de modo que o trabalho com os colegas seja apenas uma revisão, uma possibilidade de aprofundamento e, às vezes, de correção de pontos.

Algumas possibilidades de organização e divisão de trabalho no grupo: – cada um estuda partes diferentes de um assunto e traz para serem fundidas na reunião; – cada um estuda e consulta fontes sobre o mesmo assunto e expõe ao grupo, para uma comparação e aprofundamento; – cada um estuda um ponto de um capítulo e faz seu relatório ao grupo, debatendo ou respondendo a perguntas depois. A melhor maneira de aprender uma matéria é ensiná-la para outros. Os alunos podem comprovar isso nas exposições orais de suas reuniões de grupo. E toda vez que um colega vier pedir auxílio.

Como Fazer uma Redação?

Comunicar, eis a principal finalidade de uma redação. Ou seja: dizer algo, por escrito, a alguém. Mas o quê? A primeira operação para redigir um tema é compreender corretamente o enunciado contido no título. Um exame cuidadoso do título proposto dá ao estudante a exata delimitação do assunto, permite-lhe perceber imediatamente como desenvolver o pensamento para não fugir do tema. E conduz ao segundo passo: fazer um esboço do que vai ser dito. Há quem prefira esboçar o tema mentalmente. Nunca é demais, porém, o cuidado de anotar o plano, de modo que seja fácil segui-lo depois.

Fazer um esboço depende, é claro, do conhecimento do aluno. E até mesmo do assunto. Mas um macete infalível é o da divisão em três partes: introdução, desenvolvimento, conclusão. Começa-se por chamar a atenção do leitor para o assunto, digamos, “A descoberta do Brasil”, falando sobre a situação de Portugal no século XV, o florescimento cultural, a Escola de Sagres e as técnicas de navegação ali aperfeiçoadas. É a introdução, que conduzirá ao desenvolvimento: a frota de Cabral, seus objetivos, a chegada a Porto Seguro, a comunicação da descoberta. Conclui-se de modo a evidenciar a importância que foi atribuída ao fato, na época, podendo-se adiantar algo sobre o significado histórico que teria depois. Na exposição de assunto científico ou de caráter interpretativo, é bom lembrar que o sistema é: antecipar o que se vai provar, provar o que se havia proposto e enunciar o que já se provou.

Nunca deixar, também, de enumerar em estrita ordem alfabética, todas as fontes e toda bibliografia utilizada pra compor o trabalho. Depois de tudo escrito, a tarefa ainda não terminou. A redação, feita em casa ou em classe, deve ser revista. É preciso ver se foram utilizadas as palavras mais expressivas, se não há erros de grafia, se a pontuação foi bem feita. Não se exige de ninguém um texto literalmente perfeito, mas escrever corretamente é obrigação.

Os 10 Mandamentos do Concurseiro

  1. Seja Teimoso: É isso mesmo, seja teimoso, de preferência, muito, muito teimoso! Vista sempre como um defeito, a teimosia aqui é uma grande virtude. Vale mais do que nunca a velha máxima: “Em concurso público não se estuda para passar, mas até passar”. e esse é o seu primeiro concurso público, dê o máximo para passar na primeira, e não ter que ver toda a matéria de novo. Mas se já deu com a cara na porta, não se preocupe, não será o primeiro, quiçá o último. Continue tentando que um dia a hora chega. Mas se você já está na terceira, quarta, quinta tentativa, abra o olho, continue sendo teimoso, mas avalie se seu método de estudo está correto e dê especial atenção ao próximo mandamento.
  2. Estude Certo: O que mais importa é estudar certo, ao invés de estudar muito. Claro, não se está aqui dizendo que não seja importante estudar muito, mas isso não é uma garantia de aprovação. Porém, se você estudar certo, as chances aumentam muito, muito mesmo.Estudar certo é fazê-lo com início, meio e fim. É conhecer a banca através da resolução de todas as provas anteriores. É manter a matéria toda o tempo todo fresquinha na cabeça e revisá-la a fim de chegar no dia da prova tinindo. Estudar certo passa necessariamente por prévio planejamento: estou neste ponto e preciso chegar àquele lá na frente. Então devo planejar meu estudo para atingir meu objetivo. Planejamento é tudo. Bem me lembro de uma frase que o Comandante Rolin da TAM dizia: “não acredito em ninguém que não tenha uma agenda”. Também não se chega muito longe em concursos sem planejamento.
  3. Não Arrume Desculpas: Passar em concurso público é tarefa meio espinhosa, é verdade! Você terá que se esforçar para estar na grande lista dos aprovados. E isso exigirá bastante luta. Então não arrume desculpas do tipo “não tenho tempo”, ou “não gosto de Direito, Contabilidade etc”. Aprenda a gostar. Isso mesmo, aprenda a gostar. Bem me lembro da época de infância (anos que não voltam mais!) quando detestava jiló, quiabo, angu e coisas assim, como (quase) toda criança. Mas minha mãe dizia: “Você não quer ser jogador de futebol? Então tem que comer essas coisas para crescer e ficar forte”. Sábias palavras! Não me tornei jogador de futebol, mas, pelo menos, cresci e aprendi que é importante aprender a gostar de certas coisas, mesmo que elas conflitem com nosso gosto pessoal, nossa preferência e, até mesmo, com nossa personalidade.Ora, se você precisa de Direito, Contabilidade, Português etc, para passar em concurso, não tem jeito, aprenda a gostar dessas matérias, e esqueça daquelas desculpas esfarrapadas.E aquela história de “não tenho tempo”. Bem, ou você arruma ou é melhor se dedicar a outra coisa. Não é preciso estudar dez horas por dia. Se só tem disponibilidade para uma, duas horas, é o bastante, desde que seja feito com maior espaço de tempo, mas não é isso que o impedirá de ser aprovado. Definitivamente, esqueça as desculpas e bola pra frente.
  4. Você pode Passar Sendo Normal: Muita gente acha que aquele que passa em concurso público é gênio ou foi o primeiro da classe a vida inteira ou, no mínimo, é muito inteligente. Bobagem, a aprovação vem com a persistência, a dedicação, a força de vontade, a teimosia, e não pelo fato de ser CDF. Claro, se o sujeito for dedicado e inteligente, melhor. Mas isso não impede que o que tinha ou tem menor facilidade no aprendizado garanta sua aprovação. Lembre-se que a aprovação exige 10% de inspiração e 90% de transpiração.
  5. Quanto Pior, Melhor: Sua chance de ser aprovado é diretamente proporcional à sua necessidade. Quanto pior estiver melhor será para ser aprovado, já que lutará com ainda mais afinco, pois, em geral, deposita-se na aprovação do concurso a esperança de dias melhores, não é mesmo? Quanto mais fundo no poço estiver, mais rápido sairá de lá. A saída, por mais profundo que seja o poço, é sempre por cima. Você saíra dessa também.
  6. Faça Muitas Coisas Pequenas: Sim, não se preocupe em fazer pequenas coisas grandes, mas muitas coisas pequenas. Você terá que estudar muitas matérias, é fato. Não se iluda que sendo fera em meia dúzia delas, e até mesmo nas de maior peso, isso será suficiente para passar. Não, definitivamente, não! Preocupe-se em fazer muitas pequenas coisas. A princípio, saiba um pouquinho de tudo. Seja um generalista. Garanta, hoje, a aprovação em todas as matérias. À medida que o tempo passar, igualmente, vá agregando conhecimento em cada matéria, de pouco em pouco. São coisinhas pequenas que não doem, mas que funcionam. Imagine que cada matéria seja uma caixa, de início vazia, mas que você tem de encher de conhecimento através de seu estudo. No dia da prova, todas devem estar preenchidas com pelo menos o mínimo para não ser reprovado. Assim, a primeira preocupação é com uma coisa pequena, o mínimo necessário para não estar fora. Dia após dia, você vai enchendo a caixa com mais conhecimento e mais conhecimento, até que a caixa esteja cheia.Vale o velho ditado: “de grão em grão a galinha enche o papo”.
  7. Não Complique o que é Simples: Sabemos que a tarefa de passar em concurso público não é exatamente um passeio no parque, algo feito com enorme prazer e sem qualquer estresse, não é mesmo? Parece como montar um grande quebra-cabeça. No início, você fica até desanimado com a empreitada, vê todas aquelas peças embaralhadas e sem qualquer conexão. Aí, prende a respiração e começa a execução. Mas, por mais empolgado que você esteja – e por mais habilidoso que seja – encontrará dificuldades, muitos percalços, naturalmente. A montagem do quebra-cabeça é tarefa de alguma complexidade, mas não só para você, todos a terão. Então, se a tarefa já é complexa por natureza você não deve piorá-la, torná-la ainda mais árdua. Tente simplificá-la, na medida do possível. E aí me vem à cabeça minha Teoria da Cebola. – Teoria da Cebola? Que diabos é isso? – perguntariam vocês. Explico. A cebola é uma… Bem, deixo essa tarefa para o Aurélio: “Erva bulbosa alimentar, da família das liliáceas (Allium cepa), de bulbo grande, solitário, subgloboso, formado de túnicas carnosas, exceto as exteriores, que são membranosas, coloridas ou não, e que tem odor forte e picante, sabor acre e adocicado, sendo usada como condimento.” De tudo isso dito aí em cima só me interessa uma coisa para explicar minha “Teoria”: a cebola é formada de várias camadas concêntricas, o que o Aurélio chama “túnicas carnosas”. Pois bem, imagine um observador olhando para uma cebola pela sua camada mais externa. Ele a vê de forma muito superficial, não conhece maiores detalhes sobre ela. Analogicamente, imagine que essa cebola seja uma matéria do concurso. Olhando de forma tal superficial, provavelmente, não será suficiente para a aprovação. Aí, então, você desnuda a 2ª camada. Passa a conhecer a cebola mais detalhadamente. Mas será suficiente? Possivelmente, não. Então você passa a 3ª, 4ª, 5ª camada… E vem a pergunta: tenho que chegar até aquela última camada para passar? Por outras palavras: tenho que ser um especialista em cada cebola, digo, em cada matéria? A resposta é um sonoro NÃOOOOO. Você não precisa disso para passar. A grande questão é descobrir, em cada matéria, quão profundo devemos ir. Com até que profundidade, por matéria, devemos nos preocupar é ponto crucial para estudarmos na justa medida de nossas necessidades, sem desperdício de tempo e neurônios. Por isso, não complique o que já o é por natureza.
  8. Torne-se um Chato: É preciso respirar concurso público, o tempo todo. Não que você só vá estudar, estudar e estudar. Mas deve estar ligado, antenado ao que rola ao seu redor. Você não está perdendo tempo, mas fazendo um investimento para a vida inteira.
  9. Aprenda a Estudar: Você tem uma boca e dois ouvidos – não deve ser por acaso. Logo, não contrarie a sabedoria da natureza. Fale menos, escute mais. Que tal começar por dar ouvidos àqueles que já passaram pelo que está passando agora? Ou visto por outro ângulo: não dê bola para o que não importa. Você tem dois ouvidos para entrar por um e sair por outro.
  10. Sonhe: Já se disse: “O que é um homem sem sonhos?”. Respondo: nada. Deseje, imagine, cogite, viaje, aspire, planeje, pretenda, projete-se, empenhe-se, queira, queira muito mesmo a aprovação. Não deixe essa força que lhe impulsiona para frente perder sua força. Sonhe, pois é possível passar.Seja otimista, você chega lá.
Botão Voltar ao topo